Relato cronológico da História do Distrito 4420, abrangendo também os fatos importantes que levaram à sua formação (*).
1910 - Primeira Convenção realizada de 15 a 17 de agosto - NARCA (National Association of Rotary Clubs of América). Esse era o nome da organização.
1912 - Terceira Convenção, de 6 a 9 de agosto (I.ª of RC, International Association of Rotary Clubs) porque o Canadá e Ilhas Britânicas davam a internacionalidade. Foram então criadas divisões administrativas a cargo de vice-presidentes para "promover o bem estar dos clubes por eles controlados, aproximando-os e criando outros".
Foram 7 divisões iniciais: 5 nos EUA, 1 no Canadá e 1 na Grã-Bretanha e Irlanda e o quadro (board) era formado por esses vices e diretores em número quase idêntico, tirados das mesmas áreas.
1915 - O sistema foi substituído pelo que ainda hoje vigora. As divisões e seus vice-presidentes foram substituídos por distritos e governadores de distritos. Com isso, praticamente mudou-se a mão de direção, pois os vices que eram representantes dos clubes no board, foram substituídos por Governadores representantes da Associação nos Distritos.
1922 - São aprovados os estatutos e somente serão filiados a RI aqueles que se submeterem aos estatutos, ficando como exceção somente o atual RIBI (RI in Great Britain and Ireland), substituto do BARC (British Association of Rotary Clubs), visto que o Canadá adaptou-se à nova situação.
1922-1927 - Fundação do primeiro Clube no Brasil - Rio de Janeiro. Havia 41 distritos, englobando somente os Estados Unidos, Canadá, México e Cuba, não eram, portanto, “distritados” os clubes existentes em outros países. Essa situação perdurou até 1927, quando foi criado o Distrito 63, abrangendo Argentina, Brasil, Uruguai e posteriormente o Paraguai.
O seu primeiro Governador foi Don Donato Gamiara, do Uruguai e o segundo Cupertino Del Campo, da Argentina. A reunião precursora das Assembléias Distritais chamou-se “Reunião das Juntas dos Executivos do D. 63”, em Santos, estipulando-se que:
- Emblema rotaryano (com “y”) pode ser usado pelos sócios em suas correspondências pessoais e não em impressos e correspondências comerciais;
- A criação de uma revista (embrião do atual Brasil Rotário); e,
- Apoio para o próximo governador, mesmo que fosse um argentino, pois seria criado um distrito brasileiro e estaríamos demonstrando nosso amor e respeito ao país vizinho.
1927 - Primeira Convenção de Rotary Clubs no Brasil, além de Rio de Janeiro, São Paulo e Santos, Juiz de Fora e Belo Horizonte, realizada em 8 de dezembro no Rio. Os tempos eram diferentes, tanto que a visita do comitê dirigente ao Presidente do Brasil, Washington Luiz, foi publicada no Diário Oficial. Temas: serviço postal, ética comercial, mendicância, combate ao analfabetismo, proteção à criança, recuperação de alcoólatras, reeducação de mutilados...
Recomendação: em comemoração ao 50º aniversário da instituição da República no Brasil, cada clube brasileiro deveria doar à cidade onde funciona um edifício destinado à instrução primária e denominado Escola Rotary e que deveria ser inaugurado em 15 de novembro de 1939. Além disso, houve uma campanha visando tornar o ensino primário obrigatório em todo o Brasil. Há relatos de que os fundos começaram a ser providos e talvez seja daí que nasceram as atuais escolas mantidas por rotarianos.
Culto à bandeira: foi dessa Convenção a decisão de iniciar-se no Brasil as reuniões rotárias com a saudação à bandeira. Oficialmente em 26 de julho de 1929. No RC do Rio de Janeiro, foi a primeira reunião a adotar a prática.
1928 - Abril - 1a. Convenção do distrito 63 em Buenos Aires.
1929 - Abril e Maio - 2a. Conferência do Distrito 63 - na Conferência de Maio, no Rio de Janeiro, já estando aprovada a criação do Distrito 72, sendo indicado para Governador o Companheiro Edmundo de Carvalho, na época Presidente do RC de São Paulo. Eram 12 clubes.
1930 - 2 e 3 de maio - 1ª Conferência Distrital em São Paulo.
Um parêntese para se nomear os Governadores inesquecíveis:
1931-1932 - Samuel Leão de Moura (18 clubes), do RC de Santos, foi um dos grandes nomes que marcaram o rotarismo brasileiro.
1935-1936 - Armando de Arruda Pereira (49 clubes), do RC de São Paulo, foi o primeiro brasileiro a exercer a Presidência de RI.
1939 - O Distrito 72 foi dividido em: 26 - 27 - 28 (São Paulo) – 29.
Nessa divisão o Estado de São Paulo é separado, pois o Distrito 28 englobava Goiás, Mato Grosso, parte de Minas e São Paulo; situado a oeste da divisa do D. 27 e abrangendo as cidades de Poços de Caldas, Araraquara e Mogi das Cruzes.
Registra-se a grande polêmica, descontentamento e quase redução da atividade rotária em função dessa divisão, ocasionando o risco de uma ruptura.
1950 - Passamos a ter o número 119, pela renumeração dos distritos 26, 27, 28, 29, 41, 43 e 72.
1952-1953 - Criado o D. 122 - Mato Grosso, parte do Estado de São Paulo numa descrição confusa de latitudes e longitudes.
1953 - Surge o D. 140 e o D. 122 é mais bem definido: Mato Grosso e São Paulo ao sul do rio Tietê, noroeste de uma linha reta ligando a barra do rio Piracicaba ao rio Tietê, rio Pardo ao rio Claro, norte do rio Peixe e linha reta rio Pardo e rio Claro.
1958 - Os distritos foram renumerados, ficando o 119 com o número 461.
1959 - D. 462 sai do D. 461, bem como o D. 459 já saíra.
A marca da primeira divisão do D. 72 brasileiro foi tão forte que durante anos foi o espírito do antigo distrito 72 tratado por "viúva" e esforços foram feitos para que a "viúva" reunisse seus filhos, netos e bisnetos uma vez por ano, a cada dois anos. Até 1949 foram feitas Conferências Distritais dos Rotary Clubes do Brasil. Essa lembrança da "viúva", que nada mais era do que a demonstração do sentimento de companheirismo que, ao dividir-se distritos, realizar-se Conferências unas, provocava nostalgia e saudades...
O mesmo espírito, sem alcunha, predominava no Distrito 461. Forte, ativo, talvez o mais significativo do Brasil por suas realizações. Por tudo isso crescia, tornava-se ingovernável pela quantidade de clubes e programas. Oferecia ao RI o 3º Presidente e o 2º desse distrito - Paulo Viriato Corrêa da Costa.
1989 - Vários governadores tentaram o redistritamento, mas não conseguiram êxito. Foram propostas várias soluções. Finalmente, em 1989 ao ser indicado governador, com o apoio integral de Nelson Célico, surgiu a idéia de tomar a Praça da Sé como ponto referencial e dali tirar 3 distritos radiais, de forma que pela expansão de cada um pudessem ser criados novos, até que um dia a capital de São Paulo se transformasse num distrito.
Obtido o apoio do Colégio de Governadores e de 100% dos clubes que já realizavam suas assembléias, graças ao trabalho do engenheiro Carlos Eugênio Prézia, rotariano do RC SP Jardim das Bandeiras, que fez os mapas, o projeto ficou pronto. Levado à comissão de distritamento de RI e com o apoio incondicional de Paulo Viriato Corrêa da Costa, presidente indicado de RI e José Alfredo Pretoni, rotariano de prestígio internacional, compareceu à Assembléia Internacional e visitou os membros da comissão que, com exceção de um, aprovaram o projeto e, com essa aprovação, o Board de RI procedeu ao redistritamento. Assim, Nelson Aparecido Célico foi o último governador a exercer a governadoria do Distrito 461.
Criou-se o D. 4420 para o Sul, indo até a Baixada Santista e o D. 4430 para o norte-leste, indo até Mogi das Cruzes, ficando o D. 4610 para oeste incluindo Osasco.
O primeiro Governador do Distrito foi o Companheiro Flávio Farah (1991-92) do RC SP - Interlagos. O redistritamento ou divisão, na realidade tem provocado uma multiplicação de movimentos rotários desde a "viúva" até hoje.
O distrito é uma área meramente administrativa, e, portanto, precisa reunir condições de eficiência, sendo que um dos condicionantes da eficiência é o número de sócios, clubes e área geográfica. Todos esperam poder ver um dia o distrito da cidade, não porque pretenda afastar-me dos companheiros dos municípios vizinhos, mas sim pela certeza do crescimento da Instituição. Somente um grupo forte, calcado nas convicções básicas, poderá continuar levando avante a idéia até hoje posta em prática e que se consubstancia no Servir.
Ninguém se lembrará que o projeto A, B ou C foi de um distrito, mas permanecerá para sempre a certeza que foram os rotarianos, convictos e organizados que agiram para que aquelas realizações acontecessem. Que o pouco da história dessa formação distrital que procurei transmitir possa servir de estímulo para a propagação e o crescimento do Rotary em geral.
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(*) Adaptação do valioso relato do PDG Hugo Maia de Arruda Pereira (1989/90 - D. 4610 - RC de São Paulo).