Use seus dados do Meu Rotary        Lembrar     
      

Notícias   

   

Febre amarela é tema de palestra no RCSP-Aeroporto

18/01/2018


RC São Paulo Aeroporto

Um dos assuntos mais comentados do momento é a febre amarela. O aumento da procura por vacinas nos postos de saúde tem gerado filas de dobrar quarteirão e uma espera de até 10 horas em alguns bairros, mostrando a preocupação da população. 
 
Para entender melhor os riscos, a importância de se imunizar e como se prevenir, o Rotary Club de São Paulo-Aeroporto convidou o médico infectologista, do Instituto de Infectologia “Emílio Ribas” e assessor da presidência da Sociedade Brasileira de Infectologia, Leonardo Weissmann, que é companheiro do clube e colocou-se a disposição para fazer a primeira palestra do cronograma de atividades de 2018, abordando esse importante tema. 
 
Leonardo explica que, a febre amarela é uma doença causada por um vírus e transmitida por um mosquito. “Não existe transmissão de pessoa para pessoa ou do macaco para pessoa. Há dois ciclos de transmissão de febre amarela, o silvestre e o urbano. No ciclo silvestre, o vírus é transmitido pelos mosquitos Haemagogus e Sabethes, circulantes em matas, geralmente na copa das árvores, e não em cidades. No ciclo urbano, o vírus é transmitido pelo Aedes aegypti, o mesmo da dengue, do zika e da chikungunya”, definiu.  
 
Segundo o médico, não há registro de febre amarela urbana no Brasil desde 1942 e as mortes registradas até agora foram causadas pela versão silvestre, o que mostra, porque o risco de transmissão da doença nas cidades é baixo. 
 
Weissmann ressalta que o macaco é tão vítima quanto o homem. “Ele atua como sentinela. A partir da morte dos macacos, inicia-se o alerta para vacinação, pois mostra a circulação do vírus. Muitas pessoas estão assustadas com a possibilidade do Aedes também infectar a população. Para que isso acontecesse, seria preciso que o Aedes picasse uma pessoa infectada pelo vírus da febre amarela e continuasse espalhando o vírus para mais pessoas pela cidade”, disse o médico. 
 
 
Reconhecimento da doença 
 
“A pessoa pode se infectar com o vírus e não apresentar sintomas. Em cerca de metade dos casos, o paciente pode não apresentar nenhum sintoma. As formas leves e moderadas da doença, apresentam sintomas como febre, dor de cabeça, dor muscular, perda de apetite, cansaço, enjoo e vômito. Esse quadro dura de dois a três dias e melhora com remédios que aliviam os sintomas”, destacou. 
 
O médico infectologista alerta que, esse quadro é muito semelhante a outras doenças como a dengue, a gripe e outras viroses, muito diagnosticadas em postos de saúde. 
 
Já nas formas graves e malignas ele relata que o paciente apresenta um quadro mais forte dos sintomas, com dores mais intensas, que geralmente duram de dois a três dias, tendo uma melhora de 24 a 48 horas. Passado esse período, os sintomas voltam associados à icterícia, que é a cor amarela da pele e dos olhos, com possibilidade de sangramentos, diminuição do volume de urina, urina escura, confusão mental, tontura.  
Nas formas mais graves, se o paciente não for cuidado em tempo, podem chegar aproximadamente a 50 de mortalidade em 7 a 10 dias. Os números de casos que evoluem para gravidade são a minoria, mas há de se ter muito cuidado porque há grande chance de morte nestes casos. O especialista destacou ainda que, se a procura aos pronto-socorros deverá ocorrer não somente se a pessoa apresenta sintomas da doença, mas se residir ou tiver se deslocado para área com registro de casos da doença em macacos ou humanos num intervalo de 15 dias antes.  
 
 
Como tratar a febre amarela? 
 
Weissmann afirma que não existe um remédio específico para tratar a febre amarela. Os pacientes que necessitarem de hospitalização devem ter uma cuidadosa assistência, sendo mantidos em repouso, com reposição de líquidos e das perdas sanguíneas, de hemodiálise, quando indicado. 
 
 
Orientação sobre a vacina 
 
A principal forma de prevenção contra a febre amarela é pela vacinação. A vacina é bastante segura e eficaz. Devem tomar a vacina as pessoas que vivem em áreas de circulação do vírus. Não devem tomar a vacina: crianças abaixo dos seis meses de idade, gestantes, mães que estejam amamentando crianças com até seis meses, pessoas que tenham baixa imunidade, transplantados, pessoas com câncer, portadores do HIV, pessoas com alergia grave ao ovo. Pessoas acima de 60 anos devem passar por avaliação médica antes de serem vacinadas. Pode haver reações no local da injeção, como dor, febre e mal estar, mas esses efeitos são raros”, alertou. 
 
 
Sobre a vacina fracionada 
 
O médico explicou que é uma medida que tem o aval da Organização Mundial da Saúde (OMS), medida tomada para aumentar o número de pessoas vacinadas em curto prazo de tempo, em áreas populosas com risco de expansão da doença. Em experiência recente na República Democrática do Congo, em 2016, uma epidemia foi interrompida. A vacina fracionada dá a mesma proteção, porém não pela vida toda, como a inteira.  
 
Para concluir, o médico reforçou que, não há tratamento para a febre amarela. É uma doença que pode matar, mas que podemos prevenir com a vacinação, disse Weissmann. 
 
Fotos: Hellry Robert 
Texto: Juliana Amorim

Conteúdo desta página sob responsabilidade de RC São Paulo Aeroporto | Termos e Condições | Política de Privacidade