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#NovembroRoxo RCT Aeroporto - Caio e Cauã

17/11/2017


Rotaract Club São Paulo Aeroporto

Com gravidez gemelar, o g1 Caio Cassaro Vidoi nasceu com 705g e o g2 Cauã Cassaro Vidoi (óbito após 14 dias), com 785g. Idade gestacional foi de 24+5. Hoje o Caio está com 1 ano e 7 meses com 11kg. 
Foram 100 dias de UTI, sendo 54 dias com oxigênio. O Caio teve hemorragia intracraniana de grau 4, absorvida, cirurgia plástica reparadora de uma alergia ao esparadrapo que segurava o cateter umbilical e por isso ficou os 100 dias para se recuperar. Teve 3 transfusões de sangue. 
A princípio não foi falado um motivo do parto prematuro, visto que tudo aconteceu em cima de uma cama de hospital: fiquei um mês ao todo internada inibindo contrações e tive bolsa rota (quando a membrana amniótica se rompe sem que a mulher esteja em trabalho de parto) e 3 dias depois o trabalho de parto. Eram bolsas separadas e a que estourou foi a do Caio. 
Eles nasceram de parto normal, fruto de uma fertilização in vitro, pois tenho problemas para engravidar e desde o começo eu tive muitas dores e cólica. Uma pequena gestação já muito difícil, com início de dilatação com 21 semanas quando fiz cerclagem (sutura cirúrgica em bolsa, realizada sob anestesia, com objetivo de manter o colo uterino fechado até o final da gravidez) que não funcionou. Acredito que provavelmente meu problema seja insuficiência de colo de útero. 
O Caio faz acompanhamento neurológico, oftalmo e fisioterapia desde quando veio pra casa. Andou com 1 ano e 4 meses, seguiu toda evolução dentro da idade corrigida. Ele ainda não fala - na verdade pouquíssimas coisas - mas entende tudo, a princípio não foi constatada nenhuma sequela em sua evolução. Iniciou fono para aumentar estímulos para desenvolver a linguagem. 
Sobre o parto prematuro: 
Primeiro, eu esperava um parto prematuro, a começar por uma gestação gemelar, mas não imaginava que existisse a possibilidade de ser tão prematuro e que pudesse ter equipamentos para ajudar o bebe a viver! 
No começo você não cai na real, mas depois vem a falta de sentir todos os momentos de uma gestação, fotos, preparar tudo... viver uma realização! Isso que a gente chama do luto do ventre vazio! 
Foi muito difícil e depois descobrir que a prematuridade não é simplesmente engordar pra crescer e a vida continua....foi um mega baque! 
Saber que a prematuridade significa riscos e possíveis sequelas gerou uma depressão pós parto em mim! Fiz terapia e psiquiatra até perceber que meu filho estava bem e que nada acontece por acaso! 
Outro problema junto com o luto do ventre vazio é a culpa de não ter conseguido segurar o bebê por mais tempo. 
Hoje não vou falar que estou 100, porque é como dizemos: saímos da UTI, mas ela não sai de nós! Ainda temos muito medo do futuro e de não saber o que pode aparecer!